quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Isca na Faísca

Isca na Faísca

na raiz
da sua saliva
respiro
em sua chama,
como fogo
numa rocha:
vapor dágua
me alcança.
espaço tempo
diminuto

nas memórias que me inundam.

faz do tempo
um companheiro;
a gritar por esperança.
um combate
fecundo
esconde-se na trincheira
como forma dissoluta
transformando-se ligeira.

misturando pétalas de flores
plantado num rochedo,
como-se fosse enredo
de longínquos tambores

faz do viver sua única isca.
a pesca é uma miragem;
mar e peixe, uma mensagem...
tudo isso é só faísca...

Tudo o tempo todo derrama

Tudo o tempo todo derrama

Quando chega ao fim... Parece tudo como antes
de tudo... Mas uma coisa serei atento:
Esperar é que inventa a paixão
ao mesmo tempo que cultiva a angustia.

Amar não espera. Amor confia além
do mais... É tudo fantasia! Meu amor...
Acima de tudo é todo de uma vez:
Mais intenso... Mas distante...

Se eu soubesse...
que o amor ao chegar no fim
pudesse, mesmo assim, nunca acabar:
Não teria perdido tão pouco tempo amando.
Amaria mais tempo, pois o fim já era inevitável
e estaria, a menos tempo, ensaiando sobre o nunca.

*
no nunca
não existe hipótese

É tudo como antes se
se está atento a tudo.
Fantasia cada vez
mais profunda:

ao lado...
como quem cultiva.
de frente...
quando se divide.
de costas...
quando o quem confia.

*

O drama do nunca
reclama paixão.
Cultiva na gente,
que enfrenta de frente,
o que o tempo proclama. Se
sente na cama
de costas pro medo...
profano e insano
entrega e esfrega
confia e enfia
o invento do amor.

Isto...

o nunca de sempre...
...que acaba com o drama...
...quando derrama.

domingo, 12 de agosto de 2007

AUTOPIA

AUTOPIA

A quanto tempo não via o sol nascendo
atrás da janela do meu quarto. Acendo
Assim, percebi quanto quarto eu tinha,
e quem quarto não tinha.
Quanto tempo eu não me via.
Quanto sol não me havia.

A sombra iluminada da janela,
entre o escurecido e o esclarecido sido,
endoidava cada vez mais o doido distante presente.
Ácido: acido perto da eterna
IDADE: que esclarece o sol nascente
(envelhecido pelo poente óbvio)
Óbvio uso.
Obtuso. Abuso.
Óbito uso.

Não existe história do meu quarto.
Eu só uso:
As janelas, as panelas, as portas.
Existe o sol batendo na janela. Panela
AÇO abrindo e fechando sonhos
Hábitos desse quarto que inventei.
Habitados... Açamos... Reciclamos... Eu sei.
Usei. Ei de ser se crer que sei.
Porque o sol que não me havia,
me acordou com paneladas? Indifere.
ENTE que não vê o mundo simples
MENTE do mundo que mudei
o que agora sentia
a sombra partida
partia iluminada
da janela dela
é lá que eu via:
A utopia.

Em goles

Em goles

Peça por peça no chão... Sorrisos no ar...
Palavra bem dita, bendita, recita.
Suor... Saliva... Lágrimas...
Só a pele desvenda o que é uma pele.

Você parece um envelope, me envolve, envolpe.
Cheia de mim! Envolpe o corpo sob a pele, desaparece.
Parece que desaparece, desparolpe.
Me engole num pileque, engolpe.
Num golpe, a criança aparece. Intranet.
Desaparece que parece, parolpe.

Lá no fundo você me olha e não me esquece, me envelhece.
Porque, portanto, entretanto é o que é... (Tshi) Esquece.
Não me envelhece. – Me envelheço, por isso não me esqueço.
Não se deixe. Eu não me deixo levar pelo que parece.
Viva atrás do que você quer que pareça, cresça.

Livremente firme, olhando seu consciente duvidar. Mente é firme.
Sua dúvida nua, aparece. Desapareço.
Me enlouqueço. É verdade... A dúvida é minha, e
sela a cela nela. Quem é ela?
A carta que não me esconde, me envelhece.
É o gole envolpe o golpe.
Engula-me de novo!

O que quero nem sempre aparece, S.O.S.
Mas o que envolve, certamente, não se esquece, A.B.S.
Sou o que desaparece, e de repente... Aparece, agora sim Internet.

O que é o que é:
Uma carta que não envelhece,
E uma lembrança sempre pelada do que é ser criança.
OBS... Acordei... Você era realmente... Velada,
Penteada... mais do que desejada... Dialética
a mente é mágica, ou ousada?

Sentes, en-
Goles a cria-
da ousadia
do amor:

desaparece.