domingo, 19 de agosto de 2007

O relevante de ir pra escola.

O relevante de ir pra escola.

Irrelevante.
como se algo pudesse ser ensinado
sem que você queira. E sem que quem ensina
queira aprender. É tudo uma farsa
faça, obedeça. Esqueça – esquece.
São os sonhos dos outros. Jogos. Mortos
Vivos! não sonham. Acorda – aquece.

Amanhece.

Mais relevante que o começo do jogo
são os bastidores. Tambores. Apitos. Aque-
cimentando gritos. Cerveja a vontade
de ir ao banheiro. Mistura e produz... Ansiedade
só comparada com a da criança voraz:

Rasga!
com os dedos,
ainda de pijama,
os pacotes de presentes
brinquedos

Mais avante o jogo esquenta.
Torcida. Calor. Gritaria.
O jogo deixa de ser a brinca e passa a ser a vera.
É quando as crianças não brincam
e todos dormem...

Brinquedos que não brincam vão pra estante. Somem
da memória (o que fica é a vontade de ir ao banheiro).
Abandonados pra sempre... Tornam-se aquilo.

Xixi na cama.
Umidade.
Hipoglois.

Nessa altura do campeonato - ejaculação precoce.
Não adianta dizer o de sempre,
mas saber o que o sempre diz,
me afasta daquilo que sei que sou
O colchão está ao sol.

Na altura que estou às vezes
um tempo tenho pra mim, mas-
turbo a certeza de não me ouvir.
Seja lá o que for... Estou sozinho.

Pensei em ser o que sou. Aquilo
não pode ser superior ao que sou: Isso
sempre cria aquilo. É o que adio
de novo gosto de viver o inesperado
se não fosse assim não adiaria.

Minha vida não precisa vir atrás de mim.
Nem é dessa vida que quero isso
nem aquilo. Sou o que passei a ser.

Sou um macaco qualquer,
que não usa roupa, cheira mal e ejacula xixi.
Não pode perder tempo homo
sapiens sapiens da desigualdades. cria
Riso de tudo. Qualquer coisa: Isso.
Coisa alguma: Aquilo.
Na partida do que sou qualquer
Desafio de ser enquanto não se é.

Na caixinha de surpresa
Joguei
fui juiz, bandeirinha e locutor

Mãos que esculpiram meu nunca. No nunca ficarão.
Estou sempre sozinho. Leite Ninho
Vinho – hóstia hostil
Colo, carinho... sumiu.

Sou o que permiti que esculpissem.
Brinquedo! que tantas vezes desmontou
que se recusa a ir pra estante.

Arte de adiar o gestante
infantil metáfora de criança!
Com sede ao pote se lambuza,
mas não tira da memória o que é.