quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Tudo o tempo todo derrama

Tudo o tempo todo derrama

Quando chega ao fim... Parece tudo como antes
de tudo... Mas uma coisa serei atento:
Esperar é que inventa a paixão
ao mesmo tempo que cultiva a angustia.

Amar não espera. Amor confia além
do mais... É tudo fantasia! Meu amor...
Acima de tudo é todo de uma vez:
Mais intenso... Mas distante...

Se eu soubesse...
que o amor ao chegar no fim
pudesse, mesmo assim, nunca acabar:
Não teria perdido tão pouco tempo amando.
Amaria mais tempo, pois o fim já era inevitável
e estaria, a menos tempo, ensaiando sobre o nunca.

*
no nunca
não existe hipótese

É tudo como antes se
se está atento a tudo.
Fantasia cada vez
mais profunda:

ao lado...
como quem cultiva.
de frente...
quando se divide.
de costas...
quando o quem confia.

*

O drama do nunca
reclama paixão.
Cultiva na gente,
que enfrenta de frente,
o que o tempo proclama. Se
sente na cama
de costas pro medo...
profano e insano
entrega e esfrega
confia e enfia
o invento do amor.

Isto...

o nunca de sempre...
...que acaba com o drama...
...quando derrama.

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