quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Isca na Faísca

Isca na Faísca

na raiz
da sua saliva
respiro
em sua chama,
como fogo
numa rocha:
vapor dágua
me alcança.
espaço tempo
diminuto

nas memórias que me inundam.

faz do tempo
um companheiro;
a gritar por esperança.
um combate
fecundo
esconde-se na trincheira
como forma dissoluta
transformando-se ligeira.

misturando pétalas de flores
plantado num rochedo,
como-se fosse enredo
de longínquos tambores

faz do viver sua única isca.
a pesca é uma miragem;
mar e peixe, uma mensagem...
tudo isso é só faísca...

2 comentários:

Pedro Martins disse...

Pensei que seria a primeira tarja também, mas já havia uma. Faz a isca, para viver. Enrede os peixes na miragem e terá apenas mais uma mensagem.

Paulo RSM disse...

Ah, o tempo... afoga com lembranças o desejo de tudo que valeu a pena. O que me faz lembrar das palavras de Gilberto Gil:

"não adianta nem me abandonar
nem ficar tão apaixonada, que nada
que não sabe nadar
que morre afogada por mim"

Então se o tempo pode ser companheiro é porque também ele alimenta o desejo com esperança.
Eis sua isca: viver.

Muito maneiro o blog, Daniel. bela poesia! parabéns!

grande abraço.